Drogas
A palavra droga é um substância natural ou de síntese (neste caso manipulada pelo Homem) que, ao ser absorvida pelo organismo humano, provoca alterações psíquicas, nomeadamente do estado de consciência, e também alterações físicas. Podemos considerar droga, ou melhor drogas, todas as substâncias que alteram o sistema nervoso central das pessoas que as consomem e que são utilizadas sem objetivos de tratamento.
A droga é tudo aquilo que é fumado, inalado, engolido e injetado e provoca alterações psíquicas, sentidas como agradáveis, mas que cria de facto na pessoa uma relação em que esta se sente cada vez mais ligada à droga e, sem esta, cada vez menos capaz de se interessar e sentir prazer nas coisas normais da vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é toda a substâncias que, introduzia no organismo, pode modificar uma ou mais funções deste, provocando dependência originada pela necessidade de consumo compulsivo de um modo continuado, a fim de se obter os mesmos efeitos e, muitas vezes, para evitar o mal-estar que provoca a sua falta.
Podemos assumir três critérios para dizer que algo é uma droga:
Alguns conceitos associados ao consumo de drogas
Abuso – entende-se por abuso de drogas toda a forma de consumo que contém algum tipo de risco. Os riscos mais frequentes são:
Dependência – Caracteriza-se por uma adaptação psicológica e bioquímica, consequência do consumo repetido e continuado de substâncias geradoras dessa dependência, tornando quase vital a necessidade de consumir, para evitar os sintomas da falta dessa substância.
Tolerância – Entende-se por tolerância o processo de adaptação do organismo à droga, como resultado da sua administração repetida, de modo que é necessário ir aumentando progressivamente as doses para se conseguirem os mesmos efeitos.
Síndrome de abstinência – Normalmente caracteriza-se por um conjunto de sintomas psíquicos e físicos que surgem com a diminuição ou a paragem de consumos da substância da qual se depende.
Formas de consumo
O consumo de drogas é o resultado de um processo de aprendizagem através da interação entre o indivíduo, a substância e o contexto.
Tendo como objetivo compreender e diferenciar as diversas relações que os utilizadores de drogras estabelecem com estas apresentam-se as diferentes formas de consumo:
Consumos experimentais – situações de contacto inicial com uma ou mais substâncias, das quais pode passar-se de um abandono simples a um processo de continuidade.
As motivações para este tipo de consumo podem resumir-se do seguinte modo:
Consumos ocasionais – correspondem ao uso intermitente de uma ou mais substâncias sem qualquer periodicidade fixa e, normalmente, com intervalos bastante amplos de abstinência. As principais motivações são:
Consumos habituais – Supõem a utilização frequente de uma substância. Esta prática pode conduzir a outras formas de consumo, dependendo da substância de que se trata, da frequência do consumo, das características pessoais, do meio envolvente, etc.
Consumos compulsivos ou toxicodependência – O indivíduo necessita da substância e toda a sua vida se desenvolve em volta desta.
Drogas e seus efeitos
Os efeitos de uma droga dependem não só da substância em si, mas também:
De forma genérica podemos classificar as drogas em três grandes tipos:
Estimulantes
Estas drogas aceleram o funcionamento do sistema nervoso central, diminuem o apetite e reduzem a vontade de dormir.
Anfetaminas e medicamentos com efeitos similares são drogas de síntese. São utilizadas por via oral ou injetável, como drogas recreativas, drogas principais ou como drogas alternativas na privação de outras drogas. Provocam sensação de acréscimo de energia, euforia, desinibição, agitação, falta de sono, e de apetite. Podem provocar dilatação das pupilas, suores, aumento do ritmo cardíaco e do ritmo respiratório. Também podem provocar crises de pânico, sentimentos de perseguição ou agressão.
Dependência - Psíquica e física. A primeira é intensa e instala-se rapidamente, podendo o consumidor apresentar irritabilidade, ansiedade, agitação, diminuição das capacidades intelectuais, etc. Traduz-se por um sentimento de falta, de desconforto e de vazio. A dependência física manifesta-se através de um conjunto de sintomas físicos, tais como: transpiração em excesso, taquicardia, dores musculares, etc.
Coca e seus derivados
A cocaína extraída das folhas da planta de coca. A cocaína apresenta-se sobre a forma de um pó branco cristalino, insolúvel na água. Atua sobre o sistema nervoso central e produz um efeito estimulante como as anfetaminas e euforizante como a heroína. A sua ação é rápida de curta duração e por isso o consumidor quer sempre mais. Esta substância deprime o centro respiratório e tem uma ação direta sobre o coração podendo provocar arritmias ou paragens cardíacas.
Em 1986, foi descoberto, nos EUA, o crack, cristais duros de base. O crack é uma forma barata de cocaína pronta a fumar.
Dependência - Existe dependência física e psíquica. A dependência psíquica instala-se mais rapidamente quando a cocaína é fumada. As alterações mais frequente são as perturbações depressivas, indiferença, apatia, ansiedade, défice de atenção e de memória.
Perturbadoras
O efeito predominante destas drogas é a alteração da perceção da realidade. Confundem-se as mensagens enviadas ao cérebro pelos nossos sentidos, fazendo com que objetos familiares nos pareçam destorcidos, as cores mais brilhantes e objetos estáticos parecem mover-se. Sensações auditivas, táteis, gustativas podem sofrer alteração. Neste grupo podemos incluir a cannabis, as drogas de síntese e o LSD.
Cannabis e os seus derivados
A cannabis é uma substância perturbadora menor. A cannabis é oriunda de uma planta designada cannabis sativa ou cânhamo e dá-se em regiões de clima quente e seco. É usada, geralmente, como relaxante e intoxicante leve. O produto mais ativo, o tetra-hidrocannabinol (THC), está concentrado na resina na parte superior da planta.
O haxixe ou haxe é a resina extraída da planta e comprimida em blocos. A cannabis, sob a forma de erva, é conhecida também por “marijuana”, uma mistura leve da matéria da planta depois de seca. O derivado mais forte de todos é o óleo de haxixe, um líquido preparado a partir da resina, mas também é o menos comum.
Efeitos - Dependem em larga medida, como vimos das espectativas, das motivações, da quantidade consumida e do contexto. Os efeitos mais comuns, e também os mais procurados, são a conversa fácil, a hilaridade, a relaxação e a capacidade de apreciar o som e a cor. Quando intoxicado, o consumidor de cannabis terá mais dificuldades em cumprir tarefas que requeiram concentração ou destreza manual e intelectual.
As doses mais altas podem provocar distorções da perceção. As pessoas experientes que consomem as doses altas ou os consumidores que se encontrem deprimidos ou ansiosos podem ver reforçadas as sensações desagradáveis e podem sentir, muitas vezes, um pânico de curta duração.
Geralmente os efeitos começam poucos minutos depois de fumar e podem durar cerca de uma hora, com doses baixas, até quatro horas com doses altas.
Abuso e dependência - A dependência psíquica é mais forte do que a física. Em caso de consumo prolongado em altas dosagens pode-se observar uma síndrome amotivacional (síndrome de deficitário dos grandes fumadores que se traduz pela falta de estímulos, apragmatismo, diminuição da eficiência e fraca tolerância à frustração).
Em personalidades predisponentes pode ocorrer uma psicose cannábica em que são patentes a ansiedade, a intranquilidade, o delírio, e a alucinação.
Alucionogénios
Grande parte das drogas alucinogénias tem origem em plantas. No entanto, com o progresso da ciência, várias substâncias foram sintetizadas em laboratório e, desta maneira, além dos alucinogénios naturais, hoje em dia têm importância também os sintéticos, dos quais o mais comum e conhecido é o LSD.
Dentro alucinogénios naturais temos os tão conhecidos “cogumelos mágicos”, tendo o seu uso ficado conhecido no México, onde desde tempos remotos eram usados pelos nativos daquela região.
Efeitos - Atuam ao nível das sensações, provocando profusão de experiências, incluindo alucinações auditivas e visuais. O seu consumo a longo prazo, conduz a uma alteração total da percepção da realidade. Geram problemas mentais graves e alguns consumidores nunca mais vêem o mundo da mesma maneira.
As novas drogas
De entre as novas drogas destaca-se o ecstasy. São drogas de síntese ou naturais, com efeitos numa parte estimulantes e noutra psicadélicos.
Em Portugal aparece, em 1993, em certos meios de diversão sobretudo noturnos. Vende-se em cápsulas ou comprimidos. Pouco se sabe sobre as consequências do uso prolongado desta droga, que se tornou alvo de abuso nos anos 80, nomeadamente nas “rave parties”.
Efeitos - Os efeitos fazem-se sentir sobretudo cerca de 20 a 30 minutos após o consumo, mas estes podem levar mais tempo, dependendo da pureza da substância, ou do metabolismo de quem a toma. Os efeitos secundários passam pela rigidez dos membros e dos maxilares, dilatação das pupilas, aumento da sudação e frequência e cardíaca. Assim que a droga começa a fazer efeito, os consumidores começam a sentir-se pouco à vontade, a ter náuseas e a perder a noção do tempo. Estas sensações desaparecem, normalmente, quando a droga está no auge do seu efeito. As pessoas ingerem este tipo de droga para se sentirem com mais energia e, por exemplo, dançarem durante um tempo mais prolongado. A nível dos efeitos a longo prazo existem, como referimos já, poucas informações. No entanto, sabemos que podem causar depressões, ansiedade e estados paranóides. As pesquisas já realizadas apontam para a possibilidade do ecstasy causar lesões cerebrais irreversíveis.
Depressoras
As drogas depressoras inibem a atividade do sistema nervoso central. Neste grupo estão o álcool, os tranquilizantes, o ópio e seus derivados (heroína).
Ópio - É um opiáceo mais agressivo do que a heroína. Dos ópios são extraídos os derivados naturais e semi-sintéticos, como é o exemplo da morfina e da codeína (naturais) e heroína (semi-sintético).
Heroína - Em Portugal e na Europa é o opiáceo ilegal mais consumido. Trata-se de um pó branco, havendo no entanto diferentes tipos de heroína.
A heroína de rua está normalmente adulterada com substâncias que lhe fazem alterar o volume e que também potenciam os seus efeitos. Normalmente são usados produtos lactose, farinha, derivados de chocolate que transformam o produto num pó acastanhado para aumentar os efeitos ainda se utilizam estricnina, cafeína, entre outros.
Efeitos - A heroína provoca, geralmente nos consumos iniciais, um efeito euforizante de bem-estar, mas além do efeito sedativo. No início os efeitos do seu consumo podem ser considerados agradáveis, iniciando-se deste modo a relação com o produto.
Do consumo ocasional ou recreativo passa-se rapidamente para um estado de dependência assinalável. Os efeitos do consumo vão diminuindo com a mesma dose, mercê do aumento da tolerância do organismo à droga, instalando-se rapidamente a dependência ou, na ausência de consumo, a ressaca.
A dependência física e psíquica do consumo e de opiáceos é bastante grave e necessita de intervenção por meio de equipas multidisciplinares.
O toxicodependente vai-se progressivamente desinteressando de tudo o que o rodeia, inclusivamente de si próprio revelando desleixo face aos seus cuidados de higiene, evidenciando dificuldades ao nível da sua nutrição, desinteresse sexual, isolando-se ou relacionando-se somente com o seu grupo de consumo.
Os toxicodependentes constituem um grupo de alto risco, uma vez que estão em condições de maior vulnerabilidade face à contração de doenças contagiosas, nomeadamente as hepatites (A,B e C) e à SIDA, vulgarmente transmitidas pela partilha de seringas.
A droga é tudo aquilo que é fumado, inalado, engolido e injetado e provoca alterações psíquicas, sentidas como agradáveis, mas que cria de facto na pessoa uma relação em que esta se sente cada vez mais ligada à droga e, sem esta, cada vez menos capaz de se interessar e sentir prazer nas coisas normais da vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), droga é toda a substâncias que, introduzia no organismo, pode modificar uma ou mais funções deste, provocando dependência originada pela necessidade de consumo compulsivo de um modo continuado, a fim de se obter os mesmos efeitos e, muitas vezes, para evitar o mal-estar que provoca a sua falta.
Podemos assumir três critérios para dizer que algo é uma droga:
- é uma substância - produtos naturais ou artificiais, que são consumidas pelos indivíduos e passam para o seu organismo através de uma qualquer via administração.
- actua sobre o sistema nervoso central alterando, de um modo problemático, os processos de pensamento, as emoções ou a conduta;
- é suscetível de produzir algum tipo de dependência.
Alguns conceitos associados ao consumo de drogas
Abuso – entende-se por abuso de drogas toda a forma de consumo que contém algum tipo de risco. Os riscos mais frequentes são:
- consumo de substâncias especialmente perigosas;
- consumo em elevadas quantidades;
- consumo em más condições higiénicas,
- consumo associado a atividades perigosas (conduzir ou trabalhar com máquinas, por exemplo);
- consumo em situações de vulnerabilidade individual;
- consumo simultâneo de várias substâncias.
Dependência – Caracteriza-se por uma adaptação psicológica e bioquímica, consequência do consumo repetido e continuado de substâncias geradoras dessa dependência, tornando quase vital a necessidade de consumir, para evitar os sintomas da falta dessa substância.
Tolerância – Entende-se por tolerância o processo de adaptação do organismo à droga, como resultado da sua administração repetida, de modo que é necessário ir aumentando progressivamente as doses para se conseguirem os mesmos efeitos.
Síndrome de abstinência – Normalmente caracteriza-se por um conjunto de sintomas psíquicos e físicos que surgem com a diminuição ou a paragem de consumos da substância da qual se depende.
Formas de consumo
O consumo de drogas é o resultado de um processo de aprendizagem através da interação entre o indivíduo, a substância e o contexto.
Tendo como objetivo compreender e diferenciar as diversas relações que os utilizadores de drogras estabelecem com estas apresentam-se as diferentes formas de consumo:
Consumos experimentais – situações de contacto inicial com uma ou mais substâncias, das quais pode passar-se de um abandono simples a um processo de continuidade.
As motivações para este tipo de consumo podem resumir-se do seguinte modo:
- curiosidade;
- pressão do grupo;
- atração pelo risco e pelo proibido;
- ânsia de desinibição;
- procura do prazer e do desconhecido.
Consumos ocasionais – correspondem ao uso intermitente de uma ou mais substâncias sem qualquer periodicidade fixa e, normalmente, com intervalos bastante amplos de abstinência. As principais motivações são:
- facilitar a comunicação;
- procura de prazer;
- transgressão à lei.
Consumos habituais – Supõem a utilização frequente de uma substância. Esta prática pode conduzir a outras formas de consumo, dependendo da substância de que se trata, da frequência do consumo, das características pessoais, do meio envolvente, etc.
Consumos compulsivos ou toxicodependência – O indivíduo necessita da substância e toda a sua vida se desenvolve em volta desta.
Drogas e seus efeitos
Os efeitos de uma droga dependem não só da substância em si, mas também:
- Da dose – determinadas substâncias produzem um dado efeito em doses baixas e o efeito contrário em doses maiores.
- Da via de administração – a intensidade dos efeitos varia consideravelmente dependendo se a substância é ingerida, fumada, inalada ou injetada.
- Das expetativas – o que se espera da droga condiciona poderosamente os seus efeitos, sobretudo em doses pouco elevadas.
- Da tolerância – em função da possível adaptação prévia do organismo à substância, os efeitos que produz uma mesma dose em indivíduos diferentes pode variar consideravelmente.
- Do contexto – a atividade que o consumidor realiza durante a administração condiciona os efeitos.
De forma genérica podemos classificar as drogas em três grandes tipos:
- estimulantes
- perturbadoras
- depressoras
Estimulantes
Estas drogas aceleram o funcionamento do sistema nervoso central, diminuem o apetite e reduzem a vontade de dormir.
Anfetaminas e medicamentos com efeitos similares são drogas de síntese. São utilizadas por via oral ou injetável, como drogas recreativas, drogas principais ou como drogas alternativas na privação de outras drogas. Provocam sensação de acréscimo de energia, euforia, desinibição, agitação, falta de sono, e de apetite. Podem provocar dilatação das pupilas, suores, aumento do ritmo cardíaco e do ritmo respiratório. Também podem provocar crises de pânico, sentimentos de perseguição ou agressão.
Dependência - Psíquica e física. A primeira é intensa e instala-se rapidamente, podendo o consumidor apresentar irritabilidade, ansiedade, agitação, diminuição das capacidades intelectuais, etc. Traduz-se por um sentimento de falta, de desconforto e de vazio. A dependência física manifesta-se através de um conjunto de sintomas físicos, tais como: transpiração em excesso, taquicardia, dores musculares, etc.
Coca e seus derivados
A cocaína extraída das folhas da planta de coca. A cocaína apresenta-se sobre a forma de um pó branco cristalino, insolúvel na água. Atua sobre o sistema nervoso central e produz um efeito estimulante como as anfetaminas e euforizante como a heroína. A sua ação é rápida de curta duração e por isso o consumidor quer sempre mais. Esta substância deprime o centro respiratório e tem uma ação direta sobre o coração podendo provocar arritmias ou paragens cardíacas.
Em 1986, foi descoberto, nos EUA, o crack, cristais duros de base. O crack é uma forma barata de cocaína pronta a fumar.
Dependência - Existe dependência física e psíquica. A dependência psíquica instala-se mais rapidamente quando a cocaína é fumada. As alterações mais frequente são as perturbações depressivas, indiferença, apatia, ansiedade, défice de atenção e de memória.
Perturbadoras
O efeito predominante destas drogas é a alteração da perceção da realidade. Confundem-se as mensagens enviadas ao cérebro pelos nossos sentidos, fazendo com que objetos familiares nos pareçam destorcidos, as cores mais brilhantes e objetos estáticos parecem mover-se. Sensações auditivas, táteis, gustativas podem sofrer alteração. Neste grupo podemos incluir a cannabis, as drogas de síntese e o LSD.
Cannabis e os seus derivados
A cannabis é uma substância perturbadora menor. A cannabis é oriunda de uma planta designada cannabis sativa ou cânhamo e dá-se em regiões de clima quente e seco. É usada, geralmente, como relaxante e intoxicante leve. O produto mais ativo, o tetra-hidrocannabinol (THC), está concentrado na resina na parte superior da planta.
O haxixe ou haxe é a resina extraída da planta e comprimida em blocos. A cannabis, sob a forma de erva, é conhecida também por “marijuana”, uma mistura leve da matéria da planta depois de seca. O derivado mais forte de todos é o óleo de haxixe, um líquido preparado a partir da resina, mas também é o menos comum.
Efeitos - Dependem em larga medida, como vimos das espectativas, das motivações, da quantidade consumida e do contexto. Os efeitos mais comuns, e também os mais procurados, são a conversa fácil, a hilaridade, a relaxação e a capacidade de apreciar o som e a cor. Quando intoxicado, o consumidor de cannabis terá mais dificuldades em cumprir tarefas que requeiram concentração ou destreza manual e intelectual.
As doses mais altas podem provocar distorções da perceção. As pessoas experientes que consomem as doses altas ou os consumidores que se encontrem deprimidos ou ansiosos podem ver reforçadas as sensações desagradáveis e podem sentir, muitas vezes, um pânico de curta duração.
Geralmente os efeitos começam poucos minutos depois de fumar e podem durar cerca de uma hora, com doses baixas, até quatro horas com doses altas.
Abuso e dependência - A dependência psíquica é mais forte do que a física. Em caso de consumo prolongado em altas dosagens pode-se observar uma síndrome amotivacional (síndrome de deficitário dos grandes fumadores que se traduz pela falta de estímulos, apragmatismo, diminuição da eficiência e fraca tolerância à frustração).
Em personalidades predisponentes pode ocorrer uma psicose cannábica em que são patentes a ansiedade, a intranquilidade, o delírio, e a alucinação.
Alucionogénios
Grande parte das drogas alucinogénias tem origem em plantas. No entanto, com o progresso da ciência, várias substâncias foram sintetizadas em laboratório e, desta maneira, além dos alucinogénios naturais, hoje em dia têm importância também os sintéticos, dos quais o mais comum e conhecido é o LSD.
Dentro alucinogénios naturais temos os tão conhecidos “cogumelos mágicos”, tendo o seu uso ficado conhecido no México, onde desde tempos remotos eram usados pelos nativos daquela região.
Efeitos - Atuam ao nível das sensações, provocando profusão de experiências, incluindo alucinações auditivas e visuais. O seu consumo a longo prazo, conduz a uma alteração total da percepção da realidade. Geram problemas mentais graves e alguns consumidores nunca mais vêem o mundo da mesma maneira.
As novas drogas
De entre as novas drogas destaca-se o ecstasy. São drogas de síntese ou naturais, com efeitos numa parte estimulantes e noutra psicadélicos.
Em Portugal aparece, em 1993, em certos meios de diversão sobretudo noturnos. Vende-se em cápsulas ou comprimidos. Pouco se sabe sobre as consequências do uso prolongado desta droga, que se tornou alvo de abuso nos anos 80, nomeadamente nas “rave parties”.
Efeitos - Os efeitos fazem-se sentir sobretudo cerca de 20 a 30 minutos após o consumo, mas estes podem levar mais tempo, dependendo da pureza da substância, ou do metabolismo de quem a toma. Os efeitos secundários passam pela rigidez dos membros e dos maxilares, dilatação das pupilas, aumento da sudação e frequência e cardíaca. Assim que a droga começa a fazer efeito, os consumidores começam a sentir-se pouco à vontade, a ter náuseas e a perder a noção do tempo. Estas sensações desaparecem, normalmente, quando a droga está no auge do seu efeito. As pessoas ingerem este tipo de droga para se sentirem com mais energia e, por exemplo, dançarem durante um tempo mais prolongado. A nível dos efeitos a longo prazo existem, como referimos já, poucas informações. No entanto, sabemos que podem causar depressões, ansiedade e estados paranóides. As pesquisas já realizadas apontam para a possibilidade do ecstasy causar lesões cerebrais irreversíveis.
Depressoras
As drogas depressoras inibem a atividade do sistema nervoso central. Neste grupo estão o álcool, os tranquilizantes, o ópio e seus derivados (heroína).
Ópio - É um opiáceo mais agressivo do que a heroína. Dos ópios são extraídos os derivados naturais e semi-sintéticos, como é o exemplo da morfina e da codeína (naturais) e heroína (semi-sintético).
Heroína - Em Portugal e na Europa é o opiáceo ilegal mais consumido. Trata-se de um pó branco, havendo no entanto diferentes tipos de heroína.
A heroína de rua está normalmente adulterada com substâncias que lhe fazem alterar o volume e que também potenciam os seus efeitos. Normalmente são usados produtos lactose, farinha, derivados de chocolate que transformam o produto num pó acastanhado para aumentar os efeitos ainda se utilizam estricnina, cafeína, entre outros.
Efeitos - A heroína provoca, geralmente nos consumos iniciais, um efeito euforizante de bem-estar, mas além do efeito sedativo. No início os efeitos do seu consumo podem ser considerados agradáveis, iniciando-se deste modo a relação com o produto.
Do consumo ocasional ou recreativo passa-se rapidamente para um estado de dependência assinalável. Os efeitos do consumo vão diminuindo com a mesma dose, mercê do aumento da tolerância do organismo à droga, instalando-se rapidamente a dependência ou, na ausência de consumo, a ressaca.
A dependência física e psíquica do consumo e de opiáceos é bastante grave e necessita de intervenção por meio de equipas multidisciplinares.
O toxicodependente vai-se progressivamente desinteressando de tudo o que o rodeia, inclusivamente de si próprio revelando desleixo face aos seus cuidados de higiene, evidenciando dificuldades ao nível da sua nutrição, desinteresse sexual, isolando-se ou relacionando-se somente com o seu grupo de consumo.
Os toxicodependentes constituem um grupo de alto risco, uma vez que estão em condições de maior vulnerabilidade face à contração de doenças contagiosas, nomeadamente as hepatites (A,B e C) e à SIDA, vulgarmente transmitidas pela partilha de seringas.
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