Gravidez na Adolescência
A adolescência
A adolescência é uma época de vida humana marcada por profundas transformações fisiológicas, psicológicos, pulsionais, afetivas, intelectuais, e sociais vivenciadas num determinado contexto cultural.
Mais do que uma fase a adolescência é um processo com características próprias, dinâmico, de passagem entre a infância e a idade adulta.
São comuns expressões do tipo: “idade do armário”, “idade da parvoíce”, “idade da caixa”, “a idade mais maravilhosa”, “estar na fase”.
A puberdade muda o corpo, a mente e os afetos da criança. Os adolescentes entram numa nova fase existencial, banhados por novas pulsões, novas sensibilidades, novas capacidades cognitivas, novas dificuldades nos seus pontos de referência.
Na adolescência, os modelos de identificação deixam de ser os pais para passarem a ser os jovens da mesma idade, o grupo de pares, num processo de autonomia, de individuação.
A gravidez e a adolescente
A gravidez é o estado de uma mulher grávida. A gravidez principia com a fecundação de um óvulo por um espermatozóide e termina passados cerca de 280 dias, com o nascimento da criança.
A adolescência é o período de transição entre a infância e a puberdade, geralmente entre os 10 e os 20 anos. Este período caracteriza-se pelas mudanças físicas e emocionais com que o adolescente se depara.
Por isso, uma gravidez nesta etapa poderá trazer para a rapariga graves complicações tendo em conta a sua imaturidade psicológica, e as alterações físicas que a gravidez origina num adolescente.
A adolescência implica um período de mudanças físicas e emocionais que é considerado, por vários autores, como um “momento de crise”. Não podemos descrever a adolescência como uma simples adaptação às transformações corporais, mas sim, como um importante período no Ciclo de Vida, que corresponde a diferentes mudanças, tanto a nível social e familiar como sexual.
Uma gravidez indesejada na adolescência ocorre por várias razões: porque o método contraceptivo falhou ou pela má utilização do mesmo; porque não se utilizou qualquer protecção durante as relações sexuais; por falta de informação; pela existência do pensamento mágico de que “só acontece aos outros” ou, ainda, por crendices e mitos à volta das relações sexuais como, por exemplo: na primeira vez não há risco de ficar grávida ou quando “se faz de pé” não há problema!
Existem, também, gravidezes que são desejadas durante a adolescência e que são determinadas por padrões culturais ou por questões mais complexas como, por exemplo, o sentir que estando grávida se consegue o amor do namorado; a fantasia de que a gravidez lhe trará mais afecto, atenção por parte dos outros; como forma de sair de casa dos pais mais rapidamente ou até mesmo pela idealização de que o bebé lhe trará o “papel da sua vida”.
A decisão de ter um filho implica ponderação e diálogo sobre a responsabilidade de o ter, sobre a forma como um filho altera completamente a nossa vida e sobre as coisas de que é preciso prescindir depois da maternidade/paternidade.
Assim, é preciso não esquecer que devido à idade existe um risco maior de problemas durante a gravidez, pois o corpo não está preparado. Subsiste igualmente um risco acrescido de problemas no parto e depois do parto. Os bebés nascidos de mães adolescentes costumam ter peso inferior ao normal, requerendo bastantes cuidados. Cuidados que a mãe nem sempre consegue proporcionar, pois não dispõe nem dos conhecimentos técnicos adequados nem de maturidade psicológica.
A nível familiar e social o cenário nem sempre é cor-de-rosa: muitas vezes a família rejeita o acontecimento como uma vergonha, não apoiando a jovem mãe e chegando mesmo a expulsá-la de casa. As probabilidades de deixar os estudos são três vezes maiores para a adolescente, o que é agravado ainda pelo fato de os amigos e colegas se poderem afastar, talvez até assustados com a nova realidade.
Quem se afasta muitas vezes é o pai da criança, sendo poucos os que assumem as suas responsabilidades, também eles muito novos, confrontados com a mudança radical nas suas vidas.
Toda a mulher gravida – mesmo que seja solteira – tem direito à necessária assistência, tanto a ela própria como à criança em gestação. No que particularmente respeita às mães solteiras, inúmeros graves problemas deveriam ser evitados se elas conhecessem a existência de organismos e instituições especialmente destinados a oferecer-lhes proteção.
Sinais e Sintomas
O atraso menstrual é o sintoma que mais frequentemente que levanta suspeita de gestação. A ausência da menstruação prevista é o primeiro indício de que possa haver conceção. Entretanto, as doentes com menstruação irregulares, muitas vezes só suspeitam de gestação quando aparecem outros sintomas como náuseas e vómitos, aumento do volume e dor das mamas, aumento da frequência urinária, aumento de peso, aumento do volume abdominal e, mais tardiamente, com a sensação dos movimentos fetais.
No exame da mulher com atraso menstrual alguns sinais são altamente sugestivos de gestação: aumento do volume uterino e amolecimento do útero ao exame de toque.
Quando existir suspeita clínica de gestação, solicitam-se provas laboratoriais que detectam a gravidez, como doseamento da gonadotrofina coriónica humana (hCG).
Testes de gravidez
Todos os teste de gravidez utilizados visam identificar a gonadotrofina coriónica humana (hCG) produzida logo após a fecundação e implantação do óvulo no útero.
O doseamento desta hormona, na urina ou no sangue, é a forma mais utilizada para o diagnóstico precoce da gestação. A produção do hCG é o sinal que o embrião lança na circulação para que o organismo materno reconheça a gestação. A presença de gonadotrofina coriónica na circulação torna o diagnóstico de gestação muito provável, entretanto o diagnóstico de certeza necessita de um dos três sinais positivos de gestação:
- Presença de batimentos cardíacos fetais (BCF)
Os batimentos cardíacos fetais podem ser identificados por um aparelho chamado sonar a partir das 10 a 12 semanas de gestação e com o estetoscópio com 17 a 19 semanas.
- Identificação, pelo médico, dos movimentos fetais
Após a 20ª semana de gestação os movimentos fetais podem ser sentidos pelo examinador que coloca a mão sobre o útero materno. Quando a gestante for obesa a perceção dos movimentos fetais é mais tardia.
- Visualização do feto
Gravidez causas e consequências
Principais causas
- Início precoce da actividade sexual.
- Ausência de comunicação entre pais e filhos, por falta de disponibilidade de tempo livre.
- Grande permissividade familiar.
- Falta de apoio e de afeto da família.
- Baixa auto-estima, mau rendimento escolar.
- Busca de maternidade precoce para conseguir afeto incondicional.
- Necessidade de auto-afirmação, de contraposição à família e de quebra de tabus.
- Falta de perspetivas pessoais e profissionais.
- Pensamento mágico de que "isso não vai acontecer comigo".
- Não interiorização das informações sobre reprodução e métodos contraceptivos.
- Não utilização de métodos contraceptivos por falta de condições para os comprar; medo que os pais descubram; resistência do parceiro ao uso do preservativo.
Consequências
- Dificuldade de convivência com os pais.
- Alterações no relacionamento com o companheiro e com o grupo de amigos.
- Afastamento temporário ou definitivo da Escola.
- Prejuízo na qualidade de vida e oportunidades
- Repercussões nutricionais— prejuízo na estatura final da adolescente grávida em fase de crescimento.
- Aumento da probabilidade de nascimentos prematuros com baixo peso, doenças respiratórias, trauma obstétrico.
- Dificuldade de adaptação à nova condição
A mulher grávida tem direito a um subsídio (Abono de família pré-natal), se quiser saber mais informações a respeito deste subsídio, clique no link abaixo, em caso de dúvidas dirija-se à Segurança Social mais próxima, da sua área de residência.
Abono de família pré natal - http://www2.seg-social.pt/preview_documentos.asp?r=22728&m=PDF
Para saber mais clique nas imagens...
Apoio ao Adolescente